Outra coisa que amo é brincar com o sentido das palavras - o que os americanos chamam inocentemente de "puns" - o que já é engraçado por si só. (pronuncia-se pâns, pelo menos)
Mas, nunca antes na minha própria história, eu pensei que uma palavra tinha o poder de fazer tanta coisa.
No final de 2015, li em algum lugar um texto de alguém (desculpem a falta de créditos aqui. Coisa feia!) sugerindo que cada pessoa escolhesse para si uma palavra para definir o seu próximo ano. A palavra deveria ser escolhida com cuidado, porque seria algo para você se apegar no ano que, então, se iniciava. "Audacious" foi a palavra que escolhi - inspirada pelo livro de Beth Moore de mesmo título. 2016 chegou pra mim e eu já estava esperando de braços abertos, pronta pra me jogar audaciosamente nele.
O Ano começou devagar e difícil. Logo percebi que seria preciso mesmo muita audácia pra encará-lo. Foi então que eu falei:
"VEM! VEM 2016 pra você ver o que que é bom pra tosse!"
E ele veio.
Pra resumir, 2016 foi ano que fiz minha primeira entrevista de emprego e consegui meu primeiro trabalho nos Estados Unidos.
Tirei a roupa de ginástica e usei terninho.
Voltei a respirar um pouco mais de Ciência - mas não menos de limpa-móveis e amaciante.
Escrevi artigos científicos para a Indústria Farmacêutica e colunas motivacionais para uma revista brasileira de variedades.
O namoro no processo de revalidação do meu diploma deu casamento! Em menos de 8 meses, eu fiz meu step 1 e step 2 CK e passei - até bem passado - nos dois.
Voltei a usar um jaleco e vislumbrei pela primeira vez na vida um Cristiane Tuma, MD bordado no bolso.
Finalizei meu primeiro livro em português pra gente grande e meus primeiros em inglês pra gente pequena.
Finalizei alguns manuscritos bilíngues para crianças.
Desengavetei tudo isso e mandei meus manuscritos para Editoras de verdade.
2016 não foi exatamente o que eu queria. Tive minhas dores, minhas lágrimas.
Mas, 2016 foi exatamente o que ele teria que ser.
Um ano.
365 dias (esse particularmente, foram 366).
Com seus meses e suas estações.
Com dias de chuva e de sol.
Com suas perdas e seus ganhos.
Com suas boas e más notícias.
Gostei desse negócio. Do negócio da palavra. E vou fazer de novo.
Pra 2017, minha palavra é "Fervent" e minha inspiração dessa vez é do livro da Priscila Shirer. Mas, a melhor tradução pra português não é fervente, não.
Fervent quer dizer "intensa", "entusiasmada", "apaixonada", entende?
Quero viver esse ano com intensidade.
Com entusiasmo.
Com paixão.
Fervent não é fervente.
Mas até que podia ser, nas palavras de Erasmo.
Vem 2017!
"Pode vir quente, que eu estou fervendo!"
Beijos e até o ano que vem!